Você provavelmente já deve ter passado pela experiência de comprar um eletrodoméstico ou um aparelho eletrônico novo e o produto parar de funcionar pouco tempo depois do período de garantia expirar. Outro problema é que os consumidores não conseguem consertar esses produtos sozinhos devido à complexidade do equipamento, por isso, acabam pagando caro pela manutenção do produto.
Infelizmente, essa situação é mais comum do que imaginamos, e é justamente por isso que o movimento right to repair está ganhando força nos Estados Unidos e na Europa. A seguir, explicaremos detalhadamente o que significa esse termo e mostraremos como ele pode impactar a vida dos consumidores, bem como o futuro do planeta. Acompanhe!
O que significa “right to repair”?
Esse termo em inglês pode ser traduzido literalmente como “direito de consertar”. Consumidores, estudioso e ambientalistas perceberam que a vida útil dos produtos fabricados em grandes escala, principalmente eletrônicos e eletrodomésticos, está diminuindo consideravelmente. A maioria dos smartphones, por exemplo, a partir de 3 anos de uso já passa a apresentar vários problemas técnicos.
Atualmente, por causa da baixa oferta de serviços de manutenção confiáveis, a maioria dos consumidores procura as lojas dos próprios fabricantes para consertar seus aparelhos. Se você tem um iPhone e ele quebrar, certamente você não vai ter coragem de levá-lo na loja de informática do seu bairro ou de se aventurar a consertá-lo por conta própria, certo?
Na maioria das vezes, o preço do reparo de um produto eletrônico é compatível com o valor de um produto novo. Em vez de consertar seus celulares e eletrodomésticos, a maioria das pessoas prefere jogar o aparelho “velho” fora e comprar um novo.
O movimento right to repair defende que os produtos devem ser mais duradouros ou mais fáceis de serem consertados. Se a manutenção de eletrônicos fosse mais simples, qualquer pessoa com conhecimento básico sobre informática e elétrica poderia consertar geladeiras, celulares, notebooks, máquinas de lavar, entre outros.
Quando e onde surgiu esse movimento?
Como já citamos brevemente, esse é um movimento recente, que surgiu nos Estados Unidos e na Europa. Na União Europeia, os ministros do meio ambiente estão elaborando leis para obrigar os fabricantes a produzirem bens com maior vida útil e mais fáceis de reparar. A proposta envolve artigos de iluminação e eletrodomésticos de porte grande, como geladeiras e fogões.
Nos Estados Unidos, 18 estados já cogitam a ideia de adotarem leis similares às europeias. Os americanos estão reagindo contra produtos que não oferecem peças sobressalentes para possíveis reparos ou que apresentam partes coladas, que não podem ser trocadas caso sejam danificadas. Tudo isso não deixa outra opção ao consumidor senão comprar outro produto novo.
No Brasil, sequer existem leis ou propostas de movimento right to repair, mas segundo o Código de Defesa do Consumidor, as empresas devem fabricar peças para reposição de produtos que saem de linha e vendê-las a um preço razoável. Também há um projeto de lei na Câmara que tem como objetivo proibir a obsolescência programada, que são produtos programados para durar menos.
Qual é a importância do movimento right to repair?
Caso as leis norte-americanas e europeias sejam autorizadas, o consumidor voltará a ter liberdade de escolha, ou seja, ele não será obrigado a adquirir um produto novo toda vez que o seu aparelho quebrar. Além disso, o movimento right to repair objetiva diminuir a produção de lixo, e é justamente por isso que existem tantos ambientalistas que apoiam essa causa.
A previsão é que, no futuro, as empresas do mundo inteiro adotem as medidas sugeridas pelo movimento right to repair. Se pararmos para analisar, esse é o certo a se fazer. Quantos eletrodomésticos novinhos não foram descartados por causa de um simples problema elétrico? Temos certeza de que essas leis serão aprovadas e, em breve, chegarão no Brasil.
Você já conhecia o movimento right to repair? Gostou desta iniciativa? Deixe a sua opinião sobre o assunto nos comentários!